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- SALA DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS DO CITICA ABRE 2024 COM EXPOSIÇÃO SOBRE A PAISAGEM DURIENSE
SALA DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS DO CITICA ABRE 2024 COM EXPOSIÇÃO SOBRE A PAISAGEM DURIENSE
ANTÓNIO MENÉRES, PERCURSOS PELA ARQUITETURA POPULAR NO DOURO, assim é intitulada a exposição fotográfica que pode ser visitada partir da próxima sexta-feira dia 10 de fevereiro na sala de exposições temporárias do CITICA.
José Manuel Pedreirinho, comissário da exposição descreve-a desta forma:
Esta é uma exposição sobre o território da arquitectura.
Um território que é antes de mais a manifestação de uma cultura, e, enquanto tal, o reflexo de toda uma multiplicidade de estruturas sócio económicas das muitas gerações que o foram ocupando.
Estruturas que, na sua complexidade sintetizam as consequências de decisões políticas tomadas há mais de duzentos anos.
Consequências que vieram alterar os modos de viver de toda esta região e criar as condições para que se desenvolvesse uma outra estrutura sócio-económica nas interações entre as pré existências e as respostas à construção de uma nova realidade e de uma outra paisagem.
Uma paisagem que se define pelos artefactos, mas também pelas festas, os modos de cultivar ou de cozinhar. Testemunhos que se foram sedimentando ao longo de muitos anos de história, formando todo o património cultural, material e imaterial que conhecemos.
Um património que é o reflexo da história e do modo como ela foi evoluindo, consequência das sucessivas decisões políticas tomadas, expressão da complexidade das estruturas sociais, e económica.
São estes aspectos que se reflectem nas mais variadas formas de expressão cultural e na arquitectura feita, sobretudo, nas suas manifestações populares ou tradicionais. Pela escassez de meios disponíveis, é nesta que melhor se exprimem os modos como o homem foi desenvolvendo as formas mais adequadas de trabalhar cada material de que dispunha, descobrindo as suas características e desenvolvendo as soluções técnicas mais adequadas à utilização de cada um deles.
Feita com os materiais naturais existentes em cada região, que tão essenciais foram até ao século XIX e hoje tão esquecidos se apresentam, esta arquitectura permite-nos assim estabelecer uma relação com a história, que nada tem a ver, com as manifestações pitorescas com que muitas vezes é confundida.
As manifestações populares são, pela escassez dos meios à sua disposição, das que nos permitem uma leitura mais directa dessa expressividade cultural. Resultam da longa sedimentação de uma aprendizagem que se reflecte desde logo pelo modo como ela se implanta no terreno e como este se vai moldando e organizando o território, exprimindo e respondendo às funções que em cada local são necessárias.
Olhar para o passado e procurar entender essa arquitectura é um exercício fundamental para a nossa própria identificação que está muito para além das formas como se exprime.